sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Brasil, África do Sul e Índia realizam mostra de manifestações culturais em Salvador


Artistas dos três países realizam encontro inédito para apresentações e oficinas de música e dança

Um encontro inédito está promovendo em Salvador a integração de artistas, grupos musicais e dançarinos de três dos mais importantes países em desenvolvimento no mundo: Índia, Brasil e África do Sul. O 1º Festival de Música e Dança IBAS acontece de 24 a 27 de outubro e programou além de shows com artistas locais, oficinas de percussão e dança abertas ao público. O evento é resultado de iniciativas por parte do Ministério das Relações Exteriores, que tem buscado uma aproximação cultural com países emergentes com culturas semelhantes às do Brasil.

Na tarde desta quinta-feira (25), o Passeio Público de Salvador serviu como palco para a apresentação do grupo Phambili Marimba, composto por nove percussionistas da África do Sul que além de ensinar às pessoas presentes danças originadas da Cidade do Cabo, ainda se apresentaram tocando ritmos africanos com elementos de jazz e música moderna. O resultado agradou ao público, que ao som das marimbas (instrumentos de percussão feitos de madeira), interagiu totalmente com os músicos. “A dança e o ritmo deles são parecidos com os daqui da Bahia, só que mais acelerado”, disse a estudante Rebeca Xavier.

Logo depois foi a vez do Sadhya, um dos mais tradicionais grupos de dança da Índia. Ao som das marimbas africanas, os dançarinos apresentaram a coreografia “Jogo de Dados”, uma performance que tem como maior referência formas artísticas indianas como o Kathakali (teatro), Chhau (arte marcial) e a dança contemporânea. Além das apresentações, os integrantes do grupo ministraram uma oficina de dança. “Vejo muita semelhança entre a capoeira e a nossa dança, percebi isso desde a primeira vez em que estive na Bahia, há nove anos”, declarou Santosh Nair, coreógrafo e fundador do Sadhya.

Linguagem Universal
O músico sul-africano Bongani Sotshononda, líder do Phambili Marimba, foi um dos artistas que mais se identificaram com o público. Conduzindo os passos dos alunos da oficina, a interação foi completa. “Sentimos que realmente a energia da Bahia é igual à nossa. Só tivemos dificuldade com o idioma, mas a música supera essas barreiras em qualquer parte do mundo”, disse. No próximo domingo (27) o público de Salvador ainda terá chance de ver as próximas apresentações dos grupos, com a realização de um grande show de encerramento no Largo do Pelourinho, a partir das 21 horas, com a participação de Margareth Menezes e do Olodum. O percussionista baiano Sérgio Otanazetra elogiou a iniciativa: “A música, a dança e o ritmo unificam as culturas e um evento como esse precisa atingir um público cada vez maior”, declarou.

Foto: Tom Correia

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