sábado, 9 de junho de 2007

Selo da Diversidade

Em busca de parcerias, governo municipal visa identificar empresas que promovam inclusão de afrodescendentes no mercado de trabalho


Criado com o objetivo de combater as desigualdades raciais no mercado de trabalho, o Selo da Diversidade, iniciativa inédita no país, faz parte de um amplo programa da Prefeitura de Salvador que visa combater o racismo institucional. A proposta é que empresas recebam o selo e sejam identificadas como parceiras na luta contra a discriminação. A coordenação do programa é de responsabilidade da Secretaria Municipal da Reparação (Semur), órgão que articula as políticas públicas de promoção da igualdade racial em Salvador, junto a instituições governamentais e a iniciativa privada.

Debatido publicamente em maio passado na palestra “Inserção de jovens afrodescendentes no mercado de trabalho”, promovida pela Semur, o Instituto Iris e o Senac, o Selo foi apresentado a potenciais futuros parceiros do programa, como os shoppings Barra, Center Lapa, Iguatemi e Piedade. “Estamos ainda em fase de sensibilização, as empresas ainda resistem um pouco a se comprometer com a nossa proposta”, afirma Antônia Garcia, subsecretária da Semur. Ela disse ainda que é necessária uma atenção especial às formas sutis de discriminação. “Não podemos mais admitir que o bairro do candidato seja utilizado como critério de seleção das empresas”, concluiu.

Uma outra ação de inclusão social promovida pela Semur, Instituto Iris e o Senac, foi o curso de consultoria de vendas para 60 alunos afrodescendentes, divididos em duas turmas. A assistente do Centro de Educação e Tecnologia do Senac, Silvânia Veloso, afirma que a evasão e reprovação foram mínimas. “O Senac também tem essa preocupação com a responsabilidade social e ao final de cada curso, disponibilizamos na nossa página virtual os nomes e contatos dos alunos qualificados.”

Moradora do bairro de Sete de Abril, Carla Cristina, 26, foi uma das integrantes da capacitação. “O curso valeu a pena principalmente devido à parte prática. Além do conteúdo teórico, as visitas técnicas e os contatos com profissionais foram importantes”. Há dois meses trabalhando na Companhia de Seguros Mongeral, como consultora de benefícios, Cristina teve seu currículo enviado à empresa pelo Senac, logo após a conclusão do curso.