quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Sankofa's traz a África para a Bahia

Único bar de Salvador com temática africana, local oferece programação musical variada na noite do Pelourinho.

Um bar temático onde as pessoas se encontram não apenas para beber e dançar ao som de uma música de qualidade, mas também onde é possível ter contato com a essência da cultura africana. Assim pode ser definido o Sankofa's Bar, inaugurado há seis meses no Centro Histórico de Salvador mas que a partir de novembro começa a oferecer ao público atrações mais diversificadas, incluindo salsa, forró, semba e samba de raiz. Shows com performances de DJ's e de bandas como Válvula D'Scap e Tropicola fazem parte da programação.

O bar surgiu quando o DJ Justine Lloyd, nascido em Gana, percebeu que não existia na Bahia um ambiente onde uma África original pudesse ser encontrada. Junto com mais dois amigos, um nigeriano que mora nos Estados Unidos e outro jamaicano que mora na Inglaterra, ele iniciou o projeto, que pretende ser mais do que um local de entretenimento. A burocracia para conseguir um imóvel no Pelourinho não desestimulou Lloyd. “Levei quatro anos para encontrar esse espaço aqui e só conseguimos abrir o bar depois da ajuda de meus amigos”, declarou.

O Sankofa's tem capacidade para 200 pessoas e funciona de terça a domingo a partir das 22 horas, na Rua Frei Vicente, Pelourinho. Decorado com bandeiras de países africanos e elementos da cultura negra, ali também é possível assistir, gratuitamente, filmes, documentários e novelas produzidas na África. A média de público é de 140 pessoas que pagam de 10 a 12 reais pelo ingresso. A frequência aumenta nos dias de terça, com show de salsa, e sexta, com apresentação de semba [música tradicional angolana, também conhecida como umbigada]. A jornalista Sueide Kintê, 22, é uma das freqüentadoras do bar. Ela afirma que os shows são como uma festa de largo com qualidade no atendimento e segurança. “Aqui encontro as cores e energia da África sem exotismo e sem folclore”, afirma.

Intercâmbio Bahia-África
Além do bar, no qual foram investidos cerca de R$ 200 mil, Justine Lloyd pretende lançar a médio prazo projetos na área social. A idéia é ensinar cultura e idioma africanos a crianças de bairros carentes de Salvador, estabelecendo um intercâmbio entre países africanosa e a Bahia. O músico acredita que seja necessário resgatar a imagem do continente negro junto aos baianos. “Queremos passar conhecimento para os meninos e meninas daqui através das nossas raízes e mostrar para eles que a África não é só guerra, fome e pobreza”, afirmou Lloyd.

Foto: Divulgação